Mas antes que você pense que isso é uma crítica aos jogos, apresso-me a negar. Não, os jogos não me dão preguiça, embora vários sejam bem eficazes contra insônia. A preguiça advém dos diversos dias em que acabamos trabalhando menos ou nem trabalhando. Hoje mesmo, dia do jogo contra Gana - mais uma vitória e nada surpreendente - nem trabalhei. Como ontem foi segunda, espremida entre o domingo e um "feriado", acaba que fico com aquele gosto de feriadão. Agora, dez da noite de terça-feira, fica parecendo domingo; quase ligo a TV para ver o Fantástico...
terça-feira, junho 27, 2006
Copa do Mundo, volume 3 !
sexta-feira, junho 23, 2006
Fenômenos passionais acabam tendo de se provar indefinidamente
Ronaldo certamente está aliviado e mais tranqüilo e feliz. Não precisará explicar as mesmas coisas 1000 vezes por dia, coisa que o aborrece. Realmente a pressão sobre Ronaldo é enorme e não adianta superar desafios, bater recordes, ser artilheiro ou campeão. Sempre, ao menos enquanto jogar futebol profissional, Ronaldo terá que fazer mais, ser o melhor, corresponder, portanto, às expectativas que não levam em conta se ele tem 30, 25 ou 20 anos. De quem é a culpa por tal pressão angustiante?
Não se deve colocar o peso da culpa sobre os ombros de Ronaldo (esse assunto sobre massa é sempre algo delicado quando se refere ao ídolo...). É um grande jogador, um artilheiro, campeão do mundo mais de uma vez. Entretanto, quando um jornalista italiano o chamou de “fenômeno”, ele aceitou e o termo foi praticamente incorporado ao seu nome (como “Lula” ou “Maguila”, entre outros). Assim, o que se pode esperar? Um jogador “fenomenal” tem de responder à tal alcunha sendo sempre o melhor, o maior. Claro, não se deve esperar isso de ninguém, seja jogador ou não. Não é razoável. Mas o futebol não envolve apenas a razão. Pelo contrário: muitas vezes a razão vem por último quando se trata desse esporte. “Ronaldo é o fenômeno? então que mostre!”, é o que todos esperam, ainda que de forma inconsciente.
Surgem artilheiros pelo mundo, alemães, ucranianos, argentinos ou franceses. Surge Kaká, e seu xará, o Gaúcho. Mas Ronaldo, o fenômeno, como na antiga cantiga de roda, é aquele a quem a imprensa deu a mão. Se ser o super-herói para uma ou duas pessoas por um determinado período de tempo já é tarefa árdua, o que se dirá de ser um fenômeno, por anos a fio, para milhões de fãs espalhados por todo o mundo? Grandes conquistas trazem consigo volumosas obrigações, provações. Esse é o ônus, fardo de peso. Ninguém avisou ao Ronaldo ou, quem sabe, ele não quis ouvir... A vaidade, essa fraqueza tão humana e contra a qual devemos lutar diuturnamente, usando-a apenas até o limite entre o necessário e o inútil.
Da série "ah não, aí já é demais"
Copa do Mundo, volume 2!
O fato é que acho que Gana não deve ser levada a sério, não é para tirar o sono de ninguém. É como a Croácia, como a Austrália, como o Japão. São todas seleções bobas, fraquinhas mesmo. Ok, fosse eu jogador, jornalista ou técnico, viria com o blábláblá sobre respeitar o adversário e outros conceitos-feitos. Agora, aqui entre nós, tantos milhões: levar GA-NA a sério? Achar que o Brasil vai ser eliminado por Gana? Já basta ter que levar a GRA-NA a sério (caramba! Estou cheio de trocadilhos infames hoje. Daqui a pouco vou começar a falar da gana de Gana...).
Depois que o Brasil passar, aí sim, vamos levar a sério a Argentina, a Inglaterra, a Alemanha (olho nela...). Agora, Gana? Faça-me o favor.
quinta-feira, junho 22, 2006
Confissão Pública
Isso começou de forma inesperada, como costumam ser as histórias desse tipo. Eu não o estava procurando, não o conhecia. Na verdade era como se ele não existisse. Um dia ouvi falar dele en passant e pensei “ah, mais um”. Dias depois finalmente o vi. É, não quero mais esconder: ele me arrebatou. Muito charmoso, aprimorado, sofisticado. Fiquei, é claro, bastante perturbado. Não esperava por isso, era uma total novidade em minha vida. Naquele dia, quando fui me deitar, não consegui dormir. Quando o veria novamente? Será que de perto ele seria tudo o que me pareceu à primeira vista? Será que eu iria me adaptar a ele e ele a mim?
A fixação em torno de algo ou alguém nos leva a fazer coisas que duvidávamos serem possíveis. Descobri onde ele costumava ficar e mudei meu trajeto diário só para ter a oportunidade de vê-lo. Não deixava de olhá-lo, com seu jeitão moderno e elegante. Como qualquer famoso, ele atraiu as atenções. Sim, confesso que procurei por informações; me disseram que era dócil mas, se necessário, agressivo até. Falaram de suas qualidades de firmeza aliada à sensibilidade. Asseveraram que era um grande companheiro, muito confiável. Tomei coragem e, sozinho, procurei me aproximar de alguma forma. Um dia, fui conhecê-lo.
Não é todo dia que nos vemos frente a frente com um tipo assim. Quis até dizer “Olá, como vai, tudo bem?” mas me faltaram palavras. Sem medo de algum preconceito seu, admito: depois de algum tempo, com o fôlego já retomado, encostei nele. Senti suas formas, sua temperatura, seu maravilhoso perfume e ouvi-o com atenção. Me senti confortável e seguro. Uma experiência multi-sensorial ao final da qual estava realizado. Ele preencheu meu "eu" interior.
Voltei para casa e não resisti, resolvi colocar as coisas a limpo, dizer a verdade, cartas na mesa. Contei que estava apaixonado, hipnotizado, mesmerizado, abobalhado, de quatro. Minha mulher foi surpreendida, não quis falar no assunto. Disse que eu estava louco e que isso passava. Achei que sua reação seria pior mas ela tentou compreender. Concordei que era uma história incomum, que para conquistá-lo eu teria que despender de um grande esforço, não seria algo fácil. Muito pelo contrário. Por fim, ela concordou. Mas preferia que fosse um preto.
A dúvida é só essa pois, embora eu não feche questão, tenho inclinação pelo prata. Acho que prefiro um Honda Civic EXS 2007 prata.
sábado, junho 17, 2006
Trapalhadas?
quinta-feira, junho 15, 2006
"Je suis choquê"
Fotos e texto demonstram que há um grupo de menores infratores freqüentando as dependências do aeroporto internacional Tom Jobim, abordando turistas, coagindo-os a engraxar os sapatos e, de acordo com o jornal, "exigindo dólares". Segundo a Infraero cerca de trinta jovens andam pelas dependências do aeroporto pedindo esmolas e roubando comida em lanchonetes.
É possível uma coisa dessas???? que bagunça!
(e a propósito, nestes tempos de Copa, a foto acima é da caixa de engraxate usada por Edson Arantes do Nascimento, por volta de 1950, com a qual o menino ajudava sua família, em Bauru, São Paulo. Em http://www.terra.com.br/istoe/1687/1687semana.htm)
quarta-feira, junho 14, 2006
Bem ou mal, vencemos!
Ronaldo vai reclamar - como já fez antes - dizendo que deve ser tratado com maior respeito e tal. Eu até concordo; mas ELE também tem que nos tratar melhor. O sujeito tem que ter noção de que não está bem e está atrapalhando a todos o jogadores e a nós, torcedores desesperados. Ô Ronaldo, larga o osso!
Acho que tem pressão da Nike aí... só pode. E a pergunta fica no ar: continuando assim, quanto tempo o Parreira vai agüentar?
Mas o importante é que vencemos. Nada brilhante mas também, diferentemente de muitos, não acho que tenha sido ruim. Até melhor não ter feito três ou quatro gols. Imagina a soberba...
terça-feira, junho 13, 2006
Copa do Mundo, volume 1 !
sábado, junho 10, 2006
O tempo: seta que não desvia seu caminho
E isso não mudou. A bem dizer, piorou. O que mudou, e me trouxe o David à memória, foi o que faço no presente momento, lidando com iPod, iTunes, internet, selecionando uma longa série de músicas para logo mais à noite. Naquela época nem se sonhava com os termos - muito menos suas funções - chat, e-mail, site, mp3. Mas hoje ainda sonho com o passado e lembro com saudades do meu amigo.
quinta-feira, junho 08, 2006
Novidade (agora sim)
Agora, como você pode observar aí à direita em "LINKS", há a conexão para "Fotos do Frederico" onde publiquei algumas fotos que julgo relevantes (por motivos diversos) e sempre que surgir uma nova imagem (principalmente se relacionada com o assunto do post), haverá o devido aviso aqui no blog.
Portanto, sinta-se convidado(a) a visitar aquele novo espaço onde, da mesma forma que aqui, você poderá, ou não, deixar sua impressão.
(A quem interessar, o flickr - site que hospeda as imagens - possibilita, entre mil outras coisas, saber como e em que câmera a foto foi tirada. Basta clicar sobre a foto e depois procurar à direita da mesma o link "more properties")
terça-feira, junho 06, 2006
"A day at the races" e outro em Barbacena
Como muitos que aqui vêm já sabem, no dia 05 de junho foi meu aniversário. Dia de semana, dia de labuta, não haveria "nada demais". "Algo demais" significa... f-e-s-t-a! Não dá para fazer festa numa segunda. Além disso, eu já havia ido numa MUITO BOA no sábado, em Belo Horizonte e, mais ainda, a minha festa estava (e está) marcada para o sábado seguinte, dia 10 de junho. Iria na segunda-feira apenas a um restaurante no qual Clítia já havia feito reserva.
Mas não sabia que havia um "sensor de sei-lá-o-que" no motor do carro, sensor (esse invejoso) que também resolveu parar para descansar (e não mais voltar a trabalhar) quando fiz uma "escala" numa lanchonete da estrada, no domingo à tarde, voltando para o Rio.
Deixadas burocracias da vida e sentimentos de impotência de lado, frente a elementos que achávamos que iriam funcionar (e nem falo mais do sensor), os viajantes dividiram-se em dois conjuntos: um, composto por uma jovem e querida moça, seu irmão (meu cunhado) e nossa cachorrinha, seguiram viagem para o Rio, na carona de uma boa alma que se viu na mesma situação em que estávamos (mas que teve seu carro consertado) , e outra parte, formado por um único sujeito, que teve que ficar em Barbacena, num hotel, aguardando o conserto. Tal decisão envolveu algumas horas de debate que foram passadas, ainda que em vão, na esperança de fazer o "sensor sei-lá-do-que" funcionar.
Caso você não saiba, eis aqui uma revelação: conserto de automóvel é igual a obra em casa; sempre demora mais que o previsto. Daí que, achando que antes do meio-dia estaria livre, acabei saindo daquela cidade mineira apenas às 7 horas da noite! mas, como disse na introdução, foi um dia atípico e proveitoso. Já que o exílio era inevitável, acordei cedo, tomei um bom café da manhã de hotel (coisa que costuma ser sempre boa), peguei a câmera e sai clicando Barbacena e seu povo; avistei uma igreja ao longe, numa elevação. Uma moça me disse que o nome era igreja "da boa morte" nome que sempre acho estranho. Fui lá ver. Junto à igreja é que notei um arrumadinho e tranqüilo (como soi ser) cemitério em seus fundos. Visitei-o também e, por estranho que possa parecer a um ou outro, encontrei paz ali, onde duas senhoras rezavam o Pai-nosso frente a um jazigo e uma moça pranteava um ente amado em outro; fiquei com pena dela mas minutos depois tive conforto ao vê-la, já fora do campo santo, conversando normalmente com um senhor. Sua vida continuava, afinal das contas.
Após essa nota de pesar e resignação caminhei longamente, visitei as igrejas e acabei chegando ao campus da Escola Agrotécnica de Barbacena, um bonito prédio com uma boa vista da cidade. No meio da tarde rumei para a oficina, aguardando pacientemente a cirurgia que faziam nas entranhas automotivas. Às 19 horas consegui seguir caminho com meu companheiro sensor (verdadeiro censor) e após três horas de incertezas na estrada vazia (segunda à noite, imagine só...) finalmente cheguei em casa, divisando, apenas às 22 horas do dia do aniversário, um rosto conhecido!
Enfim, sempre que possível temos a obrigação de fazer de uma falta algo que dê prazer. Quando o inesperado surge devemos organizar a urgência e, nos casos possíveis, aproveitar em nosso favor o novo caminho. Nem que seja numa terra desconhecida, no dia do aniversário.
Jogos modernos
quinta-feira, junho 01, 2006
Self-service quem puder
Ontem fui almoçar sozinho, o que, se para mim não é uma tragédia, também não é o ideal. Conversar com alguém é sempre proveitoso. Mas, sozinho, cheguei ao restaurante, misto de lanchonete (na entrada), de serviço à la carte (no primeiro andar) e, no andar superior, de restaurante a peso. Costumo almoçar lá por baixo; o salão é bem menor e você come direito: senta, cumprimenta o garçon, pede o de costume, aguarda alguns minutos pensando nas coisas do dia, ou do tempo, ou da vida, ou ainda lê algo que traz consigo; chega o pedido, almoça sem atropelo, pede a conta, toma eventualmente um café e se vai. Agora, o perfil do “serve-serve”: sobe a escadinha íngreme – rezando para ninguém descer naquele momento. Tendo chegado ao salão, disputa um prato da pilha; olha para o longo móvel refrigerado e aquecido onde estão dispostas saladas, carnes, molhos; escolhe qual fila vai encarar primeiro: pratos quentes, pratos frios; fica ali, com cara de paisagem, prato vazio na mão, esperando sua vez (o que sempre me lembra filmes de presídio ou quartel); se quiser churrasco, uma fila a mais. A seguir, avança para a fila da balança; “oi”, “a comanda...”, “ah, sim...”.
Então atingimos o clímax do “serve-serve”: encontrar mesa! Como ave de rapina você busca um lugar... “Aqui não, ali está cheio... será que tem vaga lá no fundo?”. Finalmente encontra uma brecha e das duas, uma: ou é uma mesa vazia mas na qual você terá sua privacidade só por poucos minutos ou segundos ou já tem alguém sentado e você é quem vai importunar o outro. Então se senta à mesa, sendo que a próxima está a não mais que 50 centímetros de distância. Mas, a despeito da aglomeração, você não precisa falar baixo com seu possível acompanhante; a barulheira impede até que você se concentre naquelas coisas da vida, do dia e etc, citadas no parágrafo anterior. Vamos comendo preocupados com a fila do caixa que já se compõe por diversos recém-ex-comensais. Desânimo...