sábado, setembro 30, 2006

Gol contra, é claro

Iria escrever sobre o voto, sobre nossa responsabilidade cívica, sobre a importância de - ao menos! - lembrar em quem votou e acompanhar de veeeez em quando seu desempenho no cargo eletivo. Mas, embora a eleição de amanhã seja tão importante para a vida de todos, o acidente de ontem encerrou a vida de vários, acendeu a inquebrantável tristeza de diversos e aumentou a sempre presente apreensão de inúmeros.

Trabalho com várias pessoas que têm pânico de avião, muito medo de voar mesmo. Insisto em estatísticas e notícias extremamente - absolutamente! - favoráveis à aviação; milhares e milhares de pessoas morrem por ano nas estradas do Brasil "e" - pergunto a eles - "nos aviões, quantos, ah?" respondo eu mesmo, todo pimpão: "ninguém!!", afirmando a seguir que talvez, talvez, apenas os elevadores sejam meios de transporte mais seguros que aviões. Bem, mas tudo isso virou uma inverdade? não, claro que não. Me sinto muito mais seguro ao adentrar em um avião do que na Linha Vermelha, até o aeroporto, ou na BR-080, até Belo Horizonte. E me sinto seguro não por causa de algum patuá que leve no bolso ou devido ao glamour aeronáutico: me sinto seguro porque É mais seguro, ora!

Mas agora, depois dessa, depois de uma colisão (!) a 11.000 metros de altitude (!!), vai tentar convencer àqueles que têm medo, de que aviões não caem... (Mas não caem mesmo; são derrubados, o que faz muita diferença. Tem que "fazer muita força" para fazer um cair; tanto que o Legacy conseguiu pousar) De toda forma e modo, um episódio muito triste. E improvável.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Notas musicais

Dando prosseguimento à minha carreira cambeta de crítico musical que teve início recentemente com meu desalento quanto a "Carrossel" do Skank, prossigo com o lançamento (de alguns meses atrás!) "Universo ao meu redor" de Marisa Monte.

Conhece? então já escutou uma infinidade de vezes. Não conhece? pare, pare tu-do o que estiver fazendo e saia agora em desabalada carreira para a loja mais próxima. O que, já é madrugada? peça a algum conhecido que tenha uma loja de discos para abri-la! ah? não tem conhecidos proprietários de lojas de disco? interfone para todos os vizinhos do prédio, da rua, bata de porta em porta! implore para que alguém lhe empreste o disco mas não fique nem mais um minuto sem escutá-lo!!!

Logo quando foi lançado me disseram que era muito bom e que ele tocava sem parar no CD do carro. Resolvi baixar pelo emule (ops...) mas deixei quieto numa pasta, meio que esquecido. Que falha, que erro, que lástima! (que cara dramático!)

Mas, sério: é um disco bom demais. Daqueles que acalmam a alma, você vai ouvindo a Marisa afinada e suave, embalando o dia. Nota 10+. (Ah sim: esse é do tipo "baixe na internet, teste e depois compre o disco")

-o-o-

Hoje à tarde estava ouvindo uns antigos sucessos do Pet Shop Boys. "West End Girls", "Always on my Mind", "Domino Dancing", "Alright" (titititi...). Uma época maravilhosa, o mundo tinha sido construído para nossa fruição, tínhamos certeza disso. "Left to my own Devices" me lembrou muito (aquela coisa de voltar no tempo) um dos melhores reveillons que já tive, numa fazenda em Minas Gerais, em Volta Grande - há muito tempo, noutra era geológica.

-o-o-

Não é uma nota musical mas não deixa de ser arte. Ontem fui apresentado ao "diabolo". Adorei, interessantíssimo. Como não tinha muita intimidade com ele, pouco consegui produzir. Se quer saber do que se trata, vá ao youtube e digite "diabolo". Negocinho bacana...

Sem muita paciência

Na volta para casa, no táxi, conversando com o motorista sobre manutenção de carro, visto que seu táxi era novo e bem cuidado. O condutor afirma:

- Para mim, carro é como mulher, lido com os dois da mesma forma.

Antes dele continuar, imagino que dirá que, como com uma mulher, o carro deve ser bem tratado, bem cuidado para, no caso do veículo, te levar em segurança para onde você quiser, etc, etc. Mas que nada...

- É como mulher. Não consigo ficar com ele mais de um ano, um ano e meio... Depois já troco logo.

- Ahhh tá... :-)

domingo, setembro 24, 2006

Imbróglios cariocas

Nem só por fatos graves é formado o imbróglio deste balneário. Fico imaginando a confusão no prédio...

(coluna de Anselmo Góis, sábado passado)

quinta-feira, setembro 21, 2006

Voyeurismo tupiniquim

Há, em âmbito nacional, duas polêmicas fervendo: a compra de um dossiê, por integrantes do governo federal, visando prejudicar o líder nas pesquisas paulistas para Governador, José Serra, e o vídeo em uma praia espanhola, estrelado por Daniela Cicarelli e seu namorado do momento. Como a primeira polêmica não escandaliza mais ninguém, visto ser apenas mais um capítulo de um lenga-lenga interminável (a novela “Até onde vai o PT”) vamos à segunda, muitíssimo mais interessante: as intimidades da mocinha, ex-mulher do fenômeno, que tem a boca desproporcional ao resto.

Ao assistir você ficou escandalizado(a)? ou melhor: você viu? Bem, eu vi. Vi, revi e... pô, não é tuuudo isso que estão falando. A praia era - aparentemente - pouco freqüentada e (o vídeo deixa claro) os dois tiveram o cuidado de se afastar do grupo com o qual estavam para começar sua... ah... dança do amor. Depois, resolveram entrar no mar e lá, com a maior discrição possível naquele cenário, prolongaram seu... enlace.

“Much ado about nothing” (ou quase nothing...), já disse Shakespeare.

terça-feira, setembro 19, 2006

"Uns dias chove, noutros dias bate sol" *

Cultivo uma suave pinimba em relação a certas expressões atuais que se tornam vícios de linguagem. “Vamos combinar” é uma delas (embora conheça gente boa que a use, vez por outra). “Vamos combinar”, além de ser usada a todo momento, me soa autoritária. O ouvinte não tem como mudar cláusula alguma do acordo; não é nada “combinado”. “Vamos combinar” é sempre uma introdução para uma sentença afirmativa, geralmente negando uma prática de um terceiro. “Vamos combinar que ela não está com essa bola toda!”; entendeu?

Não obstante (taí uma expressão clássica que gosto; “não obstante”...) essa introdução em repudio ao “vamos combinar”, ela nasceu justamente da vontade que tive em iniciar esse post com um “vamos combinar”. O motivo era comentar a Wikipédia. Iria começar - e enfim começo - com a seguinte constatação (viram? não estou querendo combinar nada! já estou constatando!): Vamos combinar que a Wikipédia tem utilidade mas também tem lacunas tenebrosas. Se não, veja só...

Iria escrever aqui sobre o clima no Rio de Janeiro, estranhíssimo nesses dias. Acordamos com tempo fechado, sem teto. Lá pelo meio do dia o céu está num profundo azul, um típico céu de outuno, temperatura amena. No entanto, se você caminhar um pouco que seja pela rua, começa a sentir calor (mesmo porque de manhã cedo colocou uma roupa mais adaptada àquele cenário chuvoso, invernoso). E aí você passa pelo Aterro e está cheio de ipês-rosas, com aquele tapete cor-de-rosa em volta, uma beleza. Tanta variedade de climas e cenários me fez imaginar que a cada dia estávamos passando pelas quatro estações e voltando a elas no dia seguinte. A idéia de “quatro estações” me lembrou a composição do músico italiano Vivaldi e achei que seria um bom tema para introduzir aqui no blog, o clima no Rio e, agora sim em maíusculas, “As Quatro Estações”. Procurando buscar maiores informações sobre a obra, entrei no Google. Está lá, em inúmeros sites, a famosa e popular obra de Vivaldi. Confiando na Wikipédia, escolhi a opção que aponta para a conhecida “enciclopédia livre”.

Pois, saiba: se você quiser encontrar alguma coisa sobre “As Quatro Estações” pela Wikipédia em português só vai ter informações sobre o quarto e homônimo disco do Legião Urbana! você ficará sabendo de vários detalhes sobre as composições de Renato (Russo) mas nada sobre o músico (italiano) do século XVIII. Se for um pouco persistente, terá que descobrir o nome original da obra (“le quattro stagioni”) para encontrar, finalmente, pouquíssimas linhas sobre o concerto barroco de Vivaldi.

A lição é aquela já antiga: tenha parcimônia com fontes na Internet; use a Wikipédia com seus instintos controlados; leve seu guarda-chuva consigo ao sair à rua e um casaquinho contra o frio, além de uma blusa apresentável por baixo. Nunca se sabe quando o tempo vai mudar...

* de "Meu caro amigo" (Chico Buarque)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Dentro da novidade, uma coincidência

Ao escrever no título "novidade", lembrei-me da música homônima dos Paralamas & Gilberto Gil. "A novidade veio dar à praia / Na qualidade rara de sereia / Metade o busto de uma deusa Maia /Metade um grande rabo de baleia". Minha inovação não causará tanto espanto como o encalhe da sereia mas que é novidade, é!

Tive a idéia de criar exatamente aqui ao lado direito do post uma nova seção: "melhores momentos do imBLOGlio". É claro que tais "melhores momentos" vêm da minha interpretação personalíssima. É claro, também, que escrevemos coisas que julgamos ter alguma relevância. Daí que o que não consta em tal lista não descarto sob o título "bobagem" ou coisa que o valha. Na verdade há textos bem interessantes mas, cada um por seus motivos, não achei de tanta importância no momento. Ser datado, por exemplo, é um desses motivos excludentes.

A lista começa com a "livre adaptação", primeiríssimo texto do blog, num momento em que ninguém o conhecia. Decidi começar por ele (e agora incluí-lo como "melhor momento") pela diversão que tive ao elaborá-lo. Ele é, na verdade, um texto pré-blog. O escrevi há mais de um ano, numa época em que, nos momentos de total ócio, resolvia escrever histórinhas. A "livre adaptação" foi uma delas.

"Liberdade..." e "Estrada Real..." são textos que fiz com bastante emoção; ambos falam de Minas Gerais e minhas observações de pseudo (e atrasadíssimo) bandeirante.

Procurei incluir nessa lista o mínimo possível de textos "tristes", por assim dizer. A forte exceção é "As dores do Brasil". Foi escrito em homenagem a um rapaz desconhecido mas que seu destino, ao meu ver, sintetiza os desmandos que acontecem no Brasil.

Falando em pouca dedicação, "Falta de compromisso..." poderia ser rotulado como "datado" já que foi escrito horas depois da eliminação da seleção de futebol na Copa do Mundo. No entanto procurei expandir o significado de sua mensagem e acredito que o resultado tenha sido, ao menos, razoável.

O texto sobre aniversário (que, curiosamente, não tem título) foi escrito em terceira pessoa e acho que criei um cenário - facilitado por uma foto - bem próximo à realidade.

Enfim, são textos do imBLOGlio feitos até cerca de um mês atrás. Os muito recentes não inclui - daqui há uns meses tentarei aumentar a lista (se escrever algo que valha a pena no período). Espero que esse revival ofereça àqueles que os lerem o mesmo interesse e prazer que tive ao escrevê-los.

P.S. A coincidência foi que, enquanto relia os textos, me dei conta de que o blog completou seis meses de vida há poucos dias. É, portanto, uma novidade que marca essa data.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Procuro um vestidinho preto indefectível

Vez por outra vivo um breve e pequeno dilema. Aparece um disco (ops, coisas da idade, i’m sorry), um CD novo qualquer - ou mesmo um antigo, mas de meu interesse - e logo aciono o computador, abro o eMule e, dentro em pouco, já tenho todo o repertório em meu hard drive, prontinho para fazer parte da compilação do ipod. O dilema é: “mas isso não é justo com o compositor/cantor/grupo musical. É quase como comprar CD pirata na calçada”. Há algum tempo tive uma conversa sobre esse assunto com uma amiga que estava se sentindo culpada de haver baixado o novo disco (ah, vai “disco” mesmo) da Marisa Monte e, por ser tão bom, queria comprá-lo - como um agradecimento à cantora. Podemos argumentar que o preço de um CD é um absurdo e as gravadoras são milionárias. Mas por outro lado, o CD do camelô é algo que não paga imposto, é fruto de roubo ou contrabando, etc etc e, ao final das contas, é um gol contra a nossa, por vezes, precária economia. Mas além dessa justa questão há outra: e se (no caso de um lançamento) o CD for uma droga !?!?...

Passei por todo esse questionamento enquanto as músicas de “Carrossel”, novo álbum do Skank, eram baixadas. Gosto do grupo mineiro e vejo qualidade em várias coisas que já fizeram. O DVD/CD ao vivo em Ouro Preto é excelente, por exemplo. Como não lançavam nada já há algum tempo, a notícia desse novo trabalho me chamou a atenção...

Bom, o disco pode até virar um grande sucesso (sabe lá...), mas achei fraco. Todo disco é lançado com um número determinado de músicas mas outras tantas, compostas naquele período anterior ao lançamento, ficam de fora por vários motivos. Parece que esse novo álbum é o refugo de todos os discos que já lançaram até agora. Melodias chatas e letras... bem, letras indigentes! Estão rimando chão com não (“as garrafas jogadas no chão, as garotas vestidas ou não...”), pessoa com ressoa (“...no coração da pessoa, para fazer brilhar como um farol o som depois que ressoa”), bolso com rosto, (“quando caio do seu bolso, escorrego pelo rosto”; ah??) ou ainda apelando novamente para o “não” (fazer rima assim até eu...) em “O som da sua voz”: “Não me deixe na chuva, não. Não me tire do coração...”.

Concluindo: como o Skank 1- “tem gordura para queimar”, pelos sucessos anteriores e 2- é apoiado por uma grande gravadora, algumas músicas talvez até façam sucesso mas, num primeiro momento tive uma certa decepção (vai ver tudo isso é reflexo do astral do Samuel Rosa, já que ele disse outro dia estar desapontado com tudo e que não adiantava fazer músicas contestatórias porque nada mudaria mesmo). Então a mensagem de "Carrossel" (que é algo que roda, roda e não sai do lugar - será uma dica?) me parece: "não adianta me esforçar com 'pacato cidadão'... Então vai qualquer droga mesmo".

segunda-feira, setembro 11, 2006

O Folhetim de Terezinha

O primeiro lhe falou da imensidão do universo, explicou-lhe coisas sobre o espaço, a geologia e a atmosfera, explanou sobre teorias gerais e especiais, falou sobre o ano-luz e a relatividade do espaço e do tempo, comprovando que, em tese, poderia voltar àquele momento inicial em que a viu, asseverando que tal instante cristalizou-se em seu coração e mente.

Terezinha se afastou.

O segundo, bem romântico, comparou o brilho do luar com a luz de seus olhos. Jurou que, mesmo sem ter seu corpo por perto, a Lua e as estrelas, tão distantes, o fariam sentir-se mais perto dela. Afirmou com convicção que sabia que todo o cosmo havia sido confeccionado especialmente para aninhar sua existência e que seu amor por ela era o quinto elemento que faltava na natureza.

Terezinha declinou.

O terceiro disse que não se interessava em falar sobre o luar ou corpos celestes, amores ou teoremas. Mas confirmou que as estrelas e a Lua eram facilmente visíveis de sua cobertura na praia e que, se ainda assim fosse difícil vê-las, poderiam embarcar em seu jato e ir para uma de suas fazendas ou mesmo para a Polinésia Francesa, de onde ele jurava ser muito fácil ver o céu.

E porque a vida é dura e complexa, para esse Terezinha deu a mão.

-o-

(Terezinha até diria "sim" para outros, mas não era daquelas que se dariam apenas "por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema ou um botequim"; muito menos aceitaria "só uma prenda, ou qualquer coisa assim, como uma pedra falsa, um sonho de valsa, ou um corte de cetim"... Fred e suas citações buarquianas.)

terça-feira, setembro 05, 2006

Quando amanhã vai chegar?

O esguio e elegante jato ERJ-145, apelidado de “jet class” pela VARIG, decolou do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, rumo ao Rio de Janeiro, aeroporto Santos Dumont. Estar naquele vôo, numa terça-feira de manhã, voltando de Minas Gerais, era algo completamente incomum mas o motivo foi relevante: o aniversário de minha (então) noiva havia sido na véspera e como iríamos nos casar dentro de menos de um mês, achei por bem estar junto à minha futura mulher, comemorando aquele último aniversário de solteiros. Dessa forma, estiquei o final de semana, conseguindo no tribunal permissão para não trabalhar na segunda-feira.

Já estava tudo pronto para o casamento (ou quase tudo): a viagem estava comprada, o apartamento reformado, a cerimônia e festa (em Belo Horizonte, naturalmente) faltando apenas detalhes. A vida seguia firme, estável e, a despeito da ansiedade crescente pelas núpcias, estávamos tranqüilos. Firme e estável, também, seguia o pequeno avião, em seu percurso de aproximadamente 50 minutos até o Rio de Janeiro.

Na hora certa, algo depois das nove, o avião tocou o solo carioca. Taxiou, parando a poucos metros do histórico prédio do aeroporto. Muitos podiam achar desconfortável aquele trajeto a pé entre a aeronave e o terminal mas eu adorava, quanto mais em um dia como aquele, com o céu profundamente azul, o suave sol de setembro aquecendo com delicadeza a cidade. Observei o Pão de açúcar enquanto caminhava, a cidade merecendo o antigo título de maravilhosa.

Após pegar na esteira minha bolsa de viagem, fui para a fila do táxi. Tinha que ir trabalhar, mas como morava próximo ao centro, no Flamengo, decidi passar em casa antes. Mantive algum assunto banal com o motorista, talvez sobre o tempo no final de semana, talvez sobre futebol. Sobre nada mais falamos pois era, afinal, uma terça-feira qualquer.

Ao chegar em casa, cumprimentei usualmente o porteiro. Morava sozinho e, por isso, ninguém me esperava, a não ser o telefone que – por acaso? – tocava naquele momento. Atendi. Do outro lado, o velho amigo, Cayo, esbaforido: “Fred, você sabe o que está acontecendo??”; “Não, não sei. O quê?”; “Você NÃO SABE o que está acontecendo ??!?!?!!!!!!”; “NÃOOO!!! Eu-não-sei!!! O que está acontecendo?!; “MAS VOCÊ NÃO SABEEE !?!?!”. (De verdade, pensei: “meu deus, alguma tragédia colossal, mas em um dia assim?!”). “Cayo, eu NÃO TENHO IDÉIA sobre o que esteja acontecendo! Me diz logo!!!!”; “Liga a televisão”.

Há poucos minutos o segundo avião havia atingido a torre sul. Todos os canais repetiam a cena. Era muito estranho: algum piloto havia errado e batido em cheio no World Trade Center. Mas outro iria errar logo assim em seguida?? Imediatamente o mundo se deu conta de que não havia acidente algum e sim a implementação do terror como divisor de águas. Aquela linda manhã no Rio de Janeiro e em Nova Iorque marcava o primeiro dia de uma época de medo, ódios e preconceitos, mesclados à desconfiança e incerteza.

Quando tudo aconteceu, eu estava dentro de um avião, placidamente voltando para casa. Foi um dia tão marcante que nos faz lembrar de tudo o que fizemos, o que pensamos e sentimos. A clareza daqueles momentos em nossa mente dá a impressão de que não se passaram cinco anos. E, de fato, para mim, aquele 11 de setembro de 2001 continua até hoje e não há a menor previsão de que consigamos cruzar a meia-noite.

(tirei a foto que aparece no início do texto em setembro de 1995. Quem poderia imaginar aquilo ali, exatos seis anos depois?...)

domingo, setembro 03, 2006

Shy moon, hiding in the haze / I can see your white face

Olá, peço desculpas pela ausência. Estou devendo um post sobre o tema "trabalho", como escrevi no final dos comentários do taciturno texto anterior.

Vou escrever, já há um rascunho pronto (mas estou um tanto sem inspiração para desenvolvê-lo e – oba, uma coisa positiva! – ando envolvido com a troca do meu carro. Pois é, nós, meninos, costumamos dar muita atenção a essas coisas. Já ouviu aquela história sobre o que muda é o preço dos brinquedos, não ouviu? pois é). O tema “trabalho” não tem nenhuma relevância direta por esses dias (não é dia 1° de maio, por exemplo), mas existe uma questão que costuma me intrigar e quero contar. Em breve.

-o-o-

Já que dei uma dica gastronômica dia desses (sobre a pizzaria no hotel intercontinental), dou outras, por onde passei essa semana. Comida oriental (chinesa e japonesa) em serviço tipo buffet, com preço e sabor bem camaradas: térreo do Rio-Sul, restaurante Taiping (dica: peça os espetinhos de camarão e frango, além de giozas, que não estão expostos mas fazem parte do Buffet, assim como as sobremesas). Outra: menos popular porém de alta qualidade, a Casa da Suíça, ali na Glória. Fondues de tipos variados e inspiradora carta de vinhos.

-o-o-

Algum assistiu ao jogo do Brasil e Argentina? Tivessem jogado assim na Copa e eu não precisaria ter escrito aquele texto após o jogo contra a França .

(a foto lá em cima não tem a ver com esses assuntos. No entanto, gostei da noite com a Lua envergonhada – Shy Moon – escondendo-se atrás da Pedra da Gávea. Achei-a bonita e resolvi compartilhá-la. É claro que fica mais atraente em um tamanho maior, mas esse já dá uma idéia, ao menos)