terça-feira, maio 29, 2007

Miss segura

Pois é, e acabou que o "Concurso de Miss Universo" (!) desse ano teve um marketing como há muito não se via aqui pelo Brasil e todo mundo ficou sabendo do resultado (para lá de contestado) e inúmeros foram aqueles que assistiram ao programa.

Eu mesmo assisti ao terço final, a tempo de ver a moreninha americana realizar aquela constante apreensão (ou torcida?) da assistência: "e se ela cair logo agora?". Caiu.

Analisando bem o resultado, deu para ver que não tinha como a moça de Juiz de Fora vencer (por sinal, há marmanjos comemorando o resultado. Fosse eleita miss universo, não poderia sair na Playboy... Agora cogitam até participação no Big Brother. O "pay per view" ia bater recorde. É o que dizem...). Bem, mas voltando ao tema "Isso Foi um Absurdo! Que Vergonha", a foto abaixo mostra as vencedoras da noite. Miss China (soa estranho, "miss china", "mixina", eu hein...) foi eleita "Miss Simpatia", título que, todos sabem, pertencia até ontem a Sandra Bullock. Miss Filipinas foi coroada "Miss Fotogênia" (?!?!) e, a campeã, Miss Universo (!!!!), a japonesa Riyo Mori. O que todas têm em comum? claro, são "japas".

Não dava para Natália. A noite era da região do sol nascente.

quarta-feira, maio 23, 2007

Pearls

"Vivemos numa sociedade absolutamente heterogênea".

Dentro da linha da "frase-feita" esse é, sem dúvidas, um "conceito-feito". Feito e comprovado. Há inúmeros exemplos que podem confirmar tal afirmação, exemplos de toda ordem e sob diversos sentidos.

A breve história que se segue é um deles.

Ontem um conhecido meu, advogado, veio me contar que estava chegando da 5ª DP, próxima ao tribunal. Foi lá porque havia sido chamado por algum cliente seu - ou conhecido de um cliente, sabe lá - que havia sido conduzido àquela delegacia porque havia sido flagrado vendendo CDs piratas no centro da cidade. Na verdade disse o elemento que não eram CDs e sim, apenas, apresentava aos compradores cópias das capas dos discos, atividade bastante comum nas calçadas do centro e que visa, dessa forma, a fugir da punibilidade do ato, qual seja, vender artigo pirata, contrabandeado ou roubado. (Na verdade devia estar mostrando os discos mesmo senão não teria sido levado para a DP)

Acontece que os problemas do "vendedor" aumentaram em muito quando, no caminho da delegacia, a polícia abriu uma das mochilas que o sujeito levava consigo e encontrou nove papelotes de cocaína...

Ao chegar à delegacia o advogado foi conversar com o (agora) "vendedor" de substâncias entorpecentes e o mesmo afirma, a sós com seu advogado: "pô, eu não cheiro não, doutor! não mesmo! é que eu tava sem grana e arrumei isso aí pra arrumar algum!!...".

Aí eu me faço algumas perguntas e chego àquela conclusão do início: é incrível como essa sociedade é diversificada. Num caso como esse, chega a ser surpreendente que um camarada resolva vender cocaína e não saiba das conseqüências entre ser consumidor e traficante. A diversidade da sociedade, nesse caso, se escancara na disparidade de nível de informação e me vem uma questão: pode um sujeito assim ser colocado junto (fisicamente e legalmente) com reais traficantes de drogas?

É de ficar boquiaberto.

-o-

Voltando para casa, ouvindo a Band News.

A CEDAE (companhia de águas e esgotos do Rio) anuncia que vai começar a utilizar dispositivos na rede de esgotos de grandes consumidores (fábricas e condomínios, por exemplo) que estejam inadimplentes há bastante tempo com o pagamento de suas contas. Os dispositivos são "tampões" que impedem que os dejetos sanitários sigam para a rede pública de esgoto. Assim, o esgoto voltará para dentro das unidades caloteiras, fazendo aquele estrago que podemos imaginar.

Por conta disso, foi entrevistado o presidente da CEDAE (que, por sinal, escrevia um blog até há poucos meses, no Globo online). O presidente, bem austero, vai explicando a nova tática daquela empresa pública quando sai com essa: "...sim, então essa operação, que estamos chamando de "vai dar m", vai combater...". Ah?!?!?!

Olha, que bom que os vidros do meu carro são escuros senão iriam me tachar como louco, tal foi a forma como dei risada (a não ser que a outra pessoa também estivesse ouvindo a rádio). Imagine um sujeito todo sério, terno e gravata, voz empolada, olhando para o repórter e dizendo "pois bem, a operação "vai dar m"...

E é assim mesmo, "vai dar ême", que ele fala! É ou não é MUITO BOM !!?!?

Não tem inferno astral que resista. :-)

Na imagem, o governador (acompanhado do presidente da companhia de esgotos - olha ele aí!) parece já sentir os efluvios decorrentes da utilização dos tampões nos grandes consumidores.

terça-feira, maio 22, 2007

"A nível de resgatado", entende?

De imediato lembrei-me da música "Last Night a DJ saved my life", lançada bem no início dos anos 80, nos estertores da era disco. Mas, com todo o direito, podem me perguntar: "E qual foi o motivo que lhe fez lembrar o antigo hit das pistas de dança?

Bem, talvez possa dizer, parafraseando o título do "Indeep" (é, esse é o nome do grupo, uma "one-hit band"), que "This afternoon, a post saved my life". Estava lendo o Zeromeiaum (linkaulado) quando deparei-me como a tira abaixo, Charlie Brown em sua melhor forma:

Então pensei "poxa, tenho andado que nem o Charlie". Mas logo abaixo, a explicação-redenção! aí está, caros geminianos: o inferno astral!

(Hum... não vejo o menor sentido nessa coisa de "inferno astral", mas pelo menos é uma "resposta-de-salvação". Posso me agarrar à ela, aguardando a ventania passar)

quinta-feira, maio 17, 2007

Solução financeira

Não sei quanto a você mas, do jeito que o dólar está caindo, daqui a pouco eu vou começar a comprar real.

sexta-feira, maio 11, 2007

"Sometimes I wonder where I've been..."

E sigo com post tendo como título trecho de música em inglês. Agora é a vez de Nikka Costa e seu hiper mega super master advanced plus hit do início dos anos 80 "On my Own". Lembrei instantaneamente da Nikka ao ler a notícia sobre o novo fenômeno pop - na MTV romena - , Cleopatra Stratán, quatro anos, que ganhou nesta quinta-feira três prêmios MTV - melhor canção, melhor disco e artista revelação.

Os acessos ao clip da garotinha fofinha (acima) já passaram de um milhão de acessos no Youtube e, decerto, irão bem além disso.

O que muito provavelmente não irá muito longe é a fama precoce da mocinha. O fenômeno "criancinha-fofura que é sucesso magnético internacional" vem dos tempos da Nikka no alvorecer dos anos 80 e também, já na década seguinte, com Jordy e seu "Je m'appelle Jordy, J'ai quatre ans et je suis petit". Por sinal, "quatre ans" também; curioso.

Nada contra o sucesso da meninada. Pelo contrário, é algo que enternece a todos, uma criancinha assim, que grava, faz shows ao vivo e tem desembaraço difícil de encontrar até em muitos adultos. Mas fica a dúvida de até onde está se explorando cabecinha tão tenra e o que isso poderá acarretar em seu futuro.

"But not for such as you and I"

Me peguei em casa de manhã cedo cantando The Smiths. Já escrevi aqui que na adolescência gostava deles porque, entre outras coisas, curtia fazer pose de desolado, com fundamentais reflexões, profundas e desconsoladas.

Até onde era pose e até onde vez por outra continua sendo real, isso não posso (não?) responder. Mas sei o motivo da música, hoje.

"I know it's over" - The Smiths

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head

And as I climb into an empty bed... Oh well. Enough said.

I know it's over - still I cling I don't know where else I can go (over and over and over...)

Oh ... Oh Mother, I can feel the soil falling over my head...

See, the sea wants to take me, the knife wants to slit me, Do you think you can help me ?

Sad veiled bride, please be happy. Handsome groom, give her room... Loud, loutish lover, treat her kindly (Though she needs you More than she loves you)

And I know it's over - still I cling I don't know where else I can go Over and over and over and over Over and over...

I know it's over And it never really began But in my heart it was so real

And you even spoke to me, and said :

"If you're so funny Then why are you on your own tonight ?

And if you're so clever then why are you on your own tonight ?

If you're so very entertaining then why are you on your own tonight ?

If you're so very good-looking Why do you sleep alone tonight ?"

I know ... 'Cause tonight is just like any other night, that's why you're on your own tonight

With your triumphs and your charms, while they're in each other's arms..."

It's so easy to laugh It's so easy to hate It takes strength to be gentle and kind Over, over, over, over It's so easy to laugh It's so easy to hate It takes guts to be gentle and kind Over, over...

Love is Natural and Real But not for you, my love Not tonight, my love Love is Natural and Real But not for such as you and I, my love...

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head ...

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head ...

(till fade)

quinta-feira, maio 10, 2007

Somos todos, menos alguns *

Todos os caminhos já trilhamos.

TODOS já conquistamos.

Qualquer missão que surgir à nossa frente será uma volta a algum lugar em que já houve Felicidade. A nova jornada, portanto, vai ser igual ao reencontro com um velho e bom amigo, seja lá onde for, mesmo que do outro lado do mundo...

E assim, vejam!, até quando nos retiramos é com vitória, companheira desde sempre. Afinal, como disse Nelson Rodrigues, o Flamengo (acompanhado do Fluminense) começou "quarenta minutos antes do nada". Eterno.

Não existe fim, sempre o que há é o recomeço. Um dia voltaremos àquele jardim onde só houve Glória. Para vencer. De novo.

-o-

* faixa estendida em meio à Nação, no Maracanã.

terça-feira, maio 08, 2007

"Ignorancia"

Não posso deixar de me manifestar. Acabo de ver no Jornal Nacional uma reportagem sobre uma reforma ortográfica na língua portuguesa que, segundo o noticiário, visa a tornar homogênea a língua escrita nos diversos países lusófonos.

Acontece que a reportagem, como muitas que são feitas no tempo exíguo do telejornal, aborda a coisa como se fosse maravilhoso "facilitar" a língua já que "a gente já não usa mesmo", como declara no final da notícia uma adolescente em uma sala de aula, aparentemente ensino médio ou cursinho.
É claro que a língua é organismo vivo e exatamente por isso tem mesmo que se modificar, evoluir. Ocorre que as pessoas não têm a mínima noção de como se fala corretamente, quanto mais como se escreve. A língua escrita é tratada como a maioria das pessoas cuida da coisa pública, sem o menor zelo.

Assim, para todos os populares entrevistados, essa eventual mudança surgiria como extremamente bem-vinda, mesmo porque "a gente já não usa mesmo". O projeto - ainda não referendado por Portugal - aboliria o uso do acento circunflexo em palavras como abençôo, vovô, ônibus ou vôo e remeteria para o recém-inagurado Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o trema - surgindo "frequência", por exemplo. A dificuldade em usar acentos ou quaisquer sinais gráficos vem muito mais da ignorância em relação à língua do que de uma pretensa praticidade.

O momento culminante da reportagem foi a entrevista, ali no Largo da Carioca, com uma jovem que não tinha a menor aparência de pertencer às classes menos favorecidas da sociedade. A repórter pede à moça para escrever uma palavra que possui trema, talvez fosse "freqüência", não lembro exatamente de qual era. Fato é que a moça escreveu ("freqüência", digamos) sem o tal sinal gráfico. A repórter pergunta: "Mas não está faltando nada?", ao que a moça responde, "ah sim, a crase", e marca os dois pontos sobre o "u". "Crase? é esse mesmo o nome?", surpreende-se a jornalista. "Sim, até hoje pelo menos esse é o nome", insistiu a entrevistada, com ar de que havia ali alguma "pegadinha" da repórter.

Não acho, portanto, que aí esteja uma evolução. O que há é, apenas, um vexame. Para todos nós.

domingo, maio 06, 2007

"Outra vez..."

Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços o que eu nunca esqueci. Você foi dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples pra mim. Você foi o melhor dos meus erros, a mais estranha história que alguém já escreveu...

E é por essas e outras que a minha saudade faz lembrar do título outra vez...

Você foi a mentira sincera, brincadeira mais séria que me aconteceu. Você foi o caso mais antigo, o amor mais amigo que me apareceu... Das lembranças que eu trago na vida você é a saudade que eu gosto de ter... Só assim sinto você bem perto do título e do gol...

Outra vez!

(Caramba, mandei bem. Ah Mengão...)

sexta-feira, maio 04, 2007