quinta-feira, novembro 02, 2006

Um de queijo e depois o chocolate

Não viajar no feriadão tem suas vantagens. Entre as mais óbvias e repetidas nos jornais locais está o trânsito civilizado, cinemas e/ou teatros sem filas, idem quanto aos supermercados, calçadões nas praias ou lagoa, etc. Mas também é um dia, quanto mais nessa quinta-feira com sua chuva intermitente, em que se pode ler "a fundo" o jornal. Mas ler página a página tem, pensando bem, seu ônus. Por quê? bem, a gente fica tentado a escrever sobre o que lê. Vejamos.

Tem o caos nos aeroportos com longas esperas para embarcar já que os controladores reinvindicam melhores condições de trabalho. Tem a notícia que, acessória, segue a anterior: a INFRAERO já havia avisado o governo, há três anos (!) sobre o funcionamento "no limite" do sistema de controle aéreo nacional. O ministro da defesa (que, por sinal, não me passa firmeza, o tal de Waldir Pires) disse que "não sabia"!!! Lula deve estar satisfeito; sua cartilha foi aprendida... Virando a página, tem o fato dos leitos hospitalares terem diminuído nos últimos cinco anos (tristeza pouca é bobagem); tem o descalabro da louca que, ao sair do caixa eletrônico, ateou fogo numa idosa porque ficou revoltada quando viu que o INSS não havia depositado sua pensão... E a outra doida que deu uma mamadeira com cocaína para a filha de 1 ano e três meses?? ao chegar à prisão, as detentas, avisadas do bárbaro infanticídio, cuidaram de colocar em prática o antigo (e, cá entre nós, muitas vezes sábio) Código de Hamurabi, aquele do "olho por olho"; está agora num hospital, em coma, com hematomas, fraturas e coisas do gênero. E por fim, para dar um toque menos bairrista às notícias, que tal o senador John Kerry e sua incrível inabilidade ao dizer para um grupo de jovens que estudassem direito porque senão iriam acabar "empacados no Iraque", chamando, pois, os soldados americanos que lá têm morrido às centenas (em outubro foram 104) de burros ignorantes? teve, é claro, que pedir desculpas etecétera e tal.

Então, ler jornal é isso. Essas notícias trepidantes e mais um sem número de escândalos, acidentes naturais, campanha política nos EUA ou uma que li há pouco: "epidemia de obesidade na Europa até 2010". Cruz credo.

Chego à conclusão (do post e quanto às idéias): melhor é falar do meu périplo atrás de queijo para fondue; fui a cinco supermercados, do botafogo até o leblon e "nada, nada, nada...". Por fim achei-o e fica a certeza (e uma boa manchete para colocar no lugar das outras): "Cariocas aproveitam o feriadão para se entregar à culinária suíça". Não atesto a veracidade da notícia, mas ao menos é saborosa, reune os amigos e é romântica, pois "a gente não quer só comer, a gente quer prazer pra aliviar a dor".

14 comentários:

Patrícia Cunegundes disse...

Hum, eu tou de dieta e vc escrevendo sobre fondue. Sacanagem! Bom, como estou atolada de trabalho, nem viajei. Acho que até dá pra pegar um cineminha na promotion e sem fila mais tarde.

Hane disse...

Eu tenho a sorte de ter um restaurante de foundue pertinho de casa (será que é restaurante ou tem outro nome?). Mas devo confessar que, às vezes, em ocasiões especiais, para pessoas idem, me aventuro e preparo em casa mesmo.
PS - aqui na capital eu sempre acho queijo facinho, facinho. Acredito que o pessoal daqui gosta mais e o calor daí não ajuda muito, n'est pas?
bjs e bom final de semana :)

Sandra disse...

Cheguei aqui pelo blog da Ingrid do Trocando Figurinhas. Também sou uma das mineiras expatriadas, nascida em Beagá mas vivida e crescida durante 23 anos em Contagem, no bairro Eldorado. Sua esposa vem das mesmas bandas, estou certa? :-) Da última vez que fiz fondue aqui fui comprar o queijo mas como o meu marido nao gosta muito do queijo para fondue perguntei se havia outros tipos de queijo que também davam certo e poderiam ser usados para fazer fondue. Recebi a dica de 3 outros tipos, comprei todos e adoramos a variedade. Fica a dica e bom fondue, bom final de semana, Sandra (do Mineirinha n'Alemanha - www.sandranalemanha.zip.net)

Anônimo disse...

Sabe, Fred, eu também ando estarrecida com o que leio nos jornais. Tanto é que, ultimamente, tenho preferido ouvir música ao invés de ouvir a France Info (a CBN daqui), ou ler um livro, ao invés dos jornais, brasileiros ou franceses. Tô apelando: pára o mundo que eu quero descer.

Frederico disse...

Anne, pois é, o Rio não combina "extamente" com fondue... mas, em último caso, sigo a receita que um amigo meu me passou há uns anos: ar condicionado no talo e pronto, estamos nas montanhas. ;-)

Frederico disse...

Sandra, chega muito bem-vinda ao nosso blog (meu e de todos que vêm aqui)! taí, não sabia dessa variedade de queijos... vou pesquisar. Danke! :-) // Quanto à sua questão no post com a etiqueta... ah Sandra, é uma montagem!! uma gracinha, apenas. Nesse mundo digitalizado, desconfie do que você lê, vê, ouve... :-) // falando em GRACINHA, a TERESA, no post abaixo, conta uma história realmente bem bonitinha sobre o Drummond. O nascer da genialidade, poderíamos dizer. Muito bacana.

Frederico disse...

(quis dizer "seja" e não "chega"; engraçado isso... são até razoavelmente homófonas... e faz até sentido... Mas, bem, queria escrever "seja"; portanto, "Sandra, SEJA muito bem-vinda") :-D // E, a propósito: o fondue ontem à noite foi ótimo.

Hane disse...

A Suíça é aqui (rs)!

Anônimo disse...

Waldir Pires era o vice do Ullisses em 1989, não? Ele era um bom político, era governador da Bahia. Depois disso, desapareceu do mundo. Não sei o que foi fazer, mas não é um cara atuante e, como você disse, não passa firmeza nenhuma nesse caso. Me parece ter caído de pára-quedas lá.

Enfim, fondue é do caralho.

Abração

Anônimo disse...

Outro dia comi um daqueles fondues prontos. Um pessoal não quis colocar vinho branco, alegando que crianças também iriam comer. Conclusão: foi o mesmo que comer uma panela de polenghinho derretido. ECA!
(Acho engraçado como fondue é coisa de recém-casados).
Quanto aos jornais, esse foi o motivo que originou meu blog: fazer um clipping de boas notícias. Impossível. Chegava a ter dias do Globo não ter uma sequer. O JB neste ponto é um pouco mais generoso, costuma ter uma ou duas.
Desisti. Hoje em dia invento minhas próprias notícias.
A mina do telemarketing que tentou me empurrar assinatura do Globo, outro dia, saiu desafiada a encontrar apenas uma BOA notícia no jornal, e em troca eu prometi que assinaria. Adivinha se voltou?

Frederico disse...

testando, testando...
meus comentários estão sendo boicotados aqui, socorro!

Frederico disse...

Cris, não foi nada boicotado não. Não sei se vc teve dificuldade para enviar mas eu tive para publicar (o seu e o do Felipe). Tive que copiar e colar. Mas 'tão aí.

Anônimo disse...

Fondue no Rio de Janeiro?! Vamos logo trocar, você se muda pra Sampa e eu para aí (finalmente alguém ouviu minhas preces). Não vai nem precisar do ar condicionado, hehe. Ainda por cima moro em frente de um supermercado de arromba, cê vai encontrar todo tipo de queijo que quiser, tem até consultor de vinhos...

Denise S. disse...

Os jornais não têm boas notícias, tampouco senso de humor. Para ver algo com alguma leveza só lendo Ancelmo Góes ou, às vezes, alguma notícia na seção de ciência. É muito chato isso.