sexta-feira, março 23, 2007

Velhas novidades (velhas não; antigas, clássicas)

A longa - em termos de blog, longuíssima - ausência cria a possibilidade de um grande número de assuntos a abordar. Nesse período fizemos uma longa viagem pelos Estados Unidos, cujo início - o deslumbramento com Las Vegas - foi pincelado no último post da série regular. Antes mesmo de viajar imaginei que tal jornada me traria uma variedade de assuntos que preencheriam o imBLOGlio por bastante tempo. Tal impressão concretizou-se mas, ao contrário do que imaginava, acabei por não desfiar aqui as múltiplas histórias. E, a questão surge: por quê?

Há um importante elemento em meu espírito (comportamento, estilo de vida, modo de encará-la, o que seja) que é uma real fobia do que se torna rotina, necessidade, obrigação. Ele, o tal elemento, aquieta-se forçosamente frente àquelas "rotinas normativas", inescapáveis (ir trabalhar, por exemplo). Fora disso, procuro ater-me àquela máxima de fazer apenas o que tenho vontade, como e quando (ok, com exceções, já que devemos, também, ceder à vontade alheia vez por outra). Daí que fui realizando outras atividades e o caro blog ficou aqui, suspenso. Mas vivo!

De toda forma e modo, o tempo cria muitos assuntos. Logo depois que voltei de viagem comecei um curso da FGV, patrocinado pelo tribunal, sobre administração do trabalho, do tempo, das relações interpessoais e liderança. Ao contrário do que esperava, achei interessante. Me rendeu idéias sobre um longo post que iria contrapor o que passei nos Estados Unidos e o que vemos por aqui, com exemplos, basicamente, do tratamento dispensado na relação fornecedor/vendedor x cliente. A conclusão a que se chega (que não nos é novidade) é que cidadania é algo que engatinha em nossa terra, e pouca gente tem consciência dos seus deveres e vira tudo uma bagunça, todos perdendo no final. Não há dúvidas de que o consumidor "de lá" tem consciência e exerce tranqüilamente seus direitos enquanto quem vende trabalha em harmonia com esse exercício da outra parte. E vice-versa. Já no Brasil...

Mas, enfim, os dias passaram e acabei por não desfiar minha corrente de imprecações. Achei melhor voltar à baila com tema mais leve, afinal.

E, assim, lembro de uma boa novidade, coisa que vinha acalentando desde outubro, aproximadamente. Comprei um Fusca! sim, um fusquinha, branco, 1968! mil novecentos e sessenta e oito! Bem, espero que não me perguntem o motivo que me levou a querer um fusca - e um clássico, não esses "modernos" de depois de 1970. Um dia, voltando de BH, dirigindo pela estrada, começei a notar os fuscas passando e, de repente, resolvi querer um fusquinha também.

Já tive um sem-número de carros, diversos estilos e modelos, mas nunca um tão popular assim! é difícil passar um dia sem que um desconhecido não elogie o fusquinha. "Qual é o ano?" é uma das perguntas mais comuns, para logo depois elogiarem o estado do carrinho. Carro que, por sinal, é ótimo de dirigir; a direção é leve - já que o motor é atrás e o eixo da frente fica com pouco peso sobre ele - é econômico e é bem simpático. Ah, e tem mais: já que não tem ar-condicionado (sim, um elemento um tanto... negativo na canícula carioca...) ando de vidros abertos, quebra-vento (!) em ação, uma beleza! Desse jeito - vidros abertos (e, claro, sem essa modernidade medrosa de "insulfilm") - aumenta em muito a interação com "o outro", no caso os demais motoristas. Além do que, dirigir um Fusca 68 todo arrumadinho é o maior style... :-) Assim que tiver boas fotos dele, colocarei aqui no blog.

E talvez (inconscientemente) para contrabalançar essa minha onda retrô (em relação a qual nada tenho contra; estava até pensando em comprar uma máquina de escrever e um chapéu panamá - pô, chapéu é maneiríssimo, pensa bem), me rendi - novamente - à marcha inexorável da tecnologia. Voltei a carregar - o que já é um empecilho em si - um dispositivo eletrônico móvel de comunicação a distância.

Há pouco mais de um ano tinha me livrado do último. Eu até o carregava por aí mas quando suas telas (interna e externa) pararam de funcionar, fui deixando-o de lado até que terminou por ficar constantemente na gaveta do criado (carece de breve nota: era um pré-pago, o chamado "de cartão", fato que, igualmente, fazia com que as pessoas me olhassem com espanto. Agora vê se pode...). Tornei-me, pois, um espécime raríssimo nesse mundo atordoado pela urgente comunicação: um sem-celular.

Não preciso de celular no dia-a-dia; não trabalho com vendas e/ou clientes. Tenho telefone em casa e no trabalho, e minha mulher tem - aí sim, por necessidade - seu celular também. No máximo tenho real necessidade de um telefone móvel uma vez ao mês; e olhe lá... Mas, tudo bem. Voltei a ele. E, atrelada, ganhei mais uma preocupação ao sair: "carteira, chaves, documentos... ah, sim, o celular" (agora "com conta". Blergh).

Se ao menos fosse um StarTac...

4 comentários:

Denise S. disse...

Frederico, que bom tê-lo de volta, que bom te ler novamente!
Adorei a idéia do fusquinha, meu pai teve um durante anos e eu o dirigia de vez em quando. Copnfesso que era o carro mais pobre do estacionamento da Puc, mas eu achava a maior graça, porque nunca parou, nunca deu o menor trabalho. O dele era um vermielho (meio vinho), 1968, com um brasão no meio do volante. Sou fã de fusca e de carros pequenos em geral. O meu é o menor que há no mercado.
um beijo, Frederico, é ótimo que estejas de volta.

Anônimo disse...

eu acho o fusquinha o máximo e, vc sabe, esse carro é o xodó dos brasileiros. quanto ao chapéu, acho necessário, num país de sol escaldante como o nosso.

Eu não sei, você sabe? disse...

Fred:
Muitas novidades boas!
O fusquinha deve ser um charme mesmo.
Agora, vê se perde a paúra e escreve aqui sempre, sempre!

Patrícia Cunegundes disse...

Fuca é tudibom, né? Muuuita gente em BSB tá andando de fusca agora. Acho que tá na moda, viu! Quanto ao celular, quem dera que eu pudesse me livrar do meu...
Beijos, welcome back.
;)