quinta-feira, novembro 09, 2006

Gaia

No post anterior citei uma de "muitas histórias" do "longo final de semana". Pois vamos a uma outra delas, que servirá como ponte para um assunto de urgência, talvez a maior de todas a que tenhamos nos deparado.

Dias atrás desencavei um livro que havia comprado há vários anos, com artigos de Arthur Clarke (autor de "2001, Uma Odisséia no Espaço" e que depois Stanley Kubrick levou para o cinema) chamado "O Terceiro Planeta". Muitos dos artigos - sempre envolvendo tecnologia e a conquista espacial - foram escritos nos anos 60. No livro, editado uns vinte anos depois, já nos anos 80, Clarke faz breves comentários no início de cada texto, observando o que havia previsto e em que pé estavam as coisas. Homem ligado à ciência, ele já previa muitas das conquistas incríveis da tecnologia e, em especial, a importância que os computadores teriam em nosso dia-a-dia, como ferramenta de trabalho, lazer e pesquisa.

Os textos me impressionaram principalmente em comparação com o que veio a ocorrer na quinta à noite: chega em minha casa um casal amigo, de Belo Horizonte, e que estava hospedado em um hotel na praia da Barra. Aparecem com um aparelho de dimensões próximas a uma caixa de CD: um GPS! um GPS funcionando (enfim!) no Brasil, no Rio em particular. Muito já vi e li sobre isso mas funcionando nunca havia presenciado, quanto mais por essas bandas. Se você ainda não viu, tenha certeza: impressiona muito. Os mapinhas e a mocinha (em um português bem claro) vão lhe encaminhando metro a metro, com perfeição. E assim os dois vieram da Av. Sernambetiba até minha casa como se aqui morassem desde sempre. Coisas da tecnologia para nenhum Arthur Clarke colocar defeito.

Mas Clarke também já se preocupava com a "habitabilidade" da Terra. Citava então que o planeta estava bastante repleto de seres humanos (três bilhões) e que chegaria lá pelo ano 2000 com o dobro (coisa que acertou na mosca).

E agora estamos aqui, rumando para o final da primeira década do século XXI, e também às portas do que pode ser o fim "da odisséia humana na Terra" (Banda Eva).

Sobre isso pouco mais falarei pois o que poderia dizer já está escrito no atual post do blog "La vie est belle" de Teresa Abreu, diretamente lá de Paris. Recomendo, vigorosamente, sua leitura. (link à direita)

Nesse assunto fico a pensar nos dinossauros, os quais vemos muitas vezes como "incidentes biológicos" sobre a Terra ou ao menos como criaturas excêntricas e que atualmente servem, fundamentalmente, para embalar as fantasias juvenis. No entanto, dominaram esse planeta (que não podemos esquecer, não é nosso!!) por mais de 100 milhões de anos. Estamos aqui há algumas dezenas de milhares de anos (sendo que a "História" não tem mais de uns... 10 mil anos) e já estamos prontos para nos eliminar, dando lugar para outros.

11 comentários:

Mosana disse...

eu não li estes livros que vc citou.. mas imagino q sejam bons..
meus filhos amam os dinossauros. e sempre ficam me falando sobre eles coisas q aprendem no colégio.. e me perguntando coisas que querem saber...
acabo tendo esse tipo de reflexão q vc fala aqui!
beijos

Anônimo disse...

Teu blog tá cada vez melhor!

E seus comentários no nosso continuam ótimos! hahaha!

Abraços.

Frederico disse...

Valeu Zethi... ;-)

Anônimo disse...

Oi, Frederico, estou devendo um link do seu blog no meu, mas é que sou meio retardada para mexer naqueles códigos, mas em breve eu colocarei. Adorei as fotinhas lá embaixo do Carlos Drummond, um dos meus poetas preferidos. Se eu pudesse sentar naqueles banquinhos da praia ao cair da tarde, eu também seria poetisa, hehehe! Beijos.

Anônimo disse...

Fred, normalmente, se usaria o termo "apocaliptico" para descrever o futuro do planeta, mas até a Bíblia é mais generosa do que os cientistas. De acordo com o livro que descreve o "fim do mundo", o Apocalipse, 30% da humanidade sobreviveriam às catástrofes ali descritas. De acordo com os cientistas, os sobreviventes serão apenas 20%. E isso nos próximos 40 anos...

Hane disse...

Tive esses pensamentos quando li Admirável Mundo Novo para a aula de Filosofia da lendária Bernadete.
Ainda bem que passou porque não gosto mesmo de ter que pensar nisso - dá uma sensação de incapacidade enorme e isso é tão triste...
Acho que os remédios para curar meu tornozelo estão afetando meu cérebro (rs). bjs e bom final de semana!

Suzi disse...

oi, frederico,
vim retribuir a sua visita.
e agora, que vou dormir, já tenho no que pensar esta noite: acerca da eliminação do homem pelo homem. em doses homeopáticas, fazemos isso cada vez que somos rudes ou indiferentes a alguém; cada vez que não amamos incondicionalmente; cada vez que deixamos pssar a chance de tratar alguém com afeto e carinho.
grande abraço!

Anônimo disse...

Ola Frederico,
Adoro o Arthur Clarke e raramente acho um admirador dele por ai. Voce leu o "Fim da Infancia"? É maravilhoso como proposta, alem de ter uma explicação interessante sobre fatos da biblia interpretados na epoca biblica do jeito que dava. Tipo os "demonios" serem apenas seres alados de outros planetas, a Terra ser uma especie de laboratorio. O final tb é muito bonito e interessante. Ha muito nao leio um livro dele. Mas oconsidero um genio. Ja olhei em sites dele que el trabalha colaborando com a Nasa, que temum radar ou algo assim com o nome dele, por que foi ele quem inventou, quem teve a idéia. Quanto ao GPS, meu carro tem isso. O seguro deu de presente e agora posso ser rastreada por computador. Achei um troço meio chato, mas de toda maneira é alta tecnologia.
Um beijo e bom final de semana,
Camille

Anônimo disse...

Assunto muito sério e bem colocado, Frederico!

Frederico disse...

Camille, houve uma época onde eu comprava vários livros de autores de ficção (e não-ficção) científica. Arthur Clarke era um deles mas meu "guru" é Isaac Asimov. E o adoro. O "fim da infância" não li mas há um livro, pelo que entendi, nesses moldes, chamado "O homem de dois mundos", último livro de Frank Herbert (autor de "Duna"), onde o autor dá ases à sua imaginação e dá a entender que Jesus (ou um messias - li há muitos anos) seria um ser alienígena (citado no título).

Frederico disse...

Quanto à situação de todos nós: o que podemos fazer é procurar conversar sobre isso com todo mundo e tentar criar uma consciência geral (e atitude) em prol da sobrevivência - uma idéia que vale a pena, acho que ninguém discorda...